segunda-feira, 15 de junho de 2009

Conclusão do capítulo 9 de Daniel e o arrebatamento secreto, Parte 1.

...continuação.

IMPORTANTE: O texto a seguir é de autoria de David Martyn Lloyd Jones. Ele foi pastor da Capela de Westminster em Londres e mesmo depois de sua morte (1981) ele ainda é considerado um dos maiores pregadores da atualidade.

Conclusão do capítulo 9 de Daniel e o arrebatamento
secreto.

Na preleção anterior, examinamos em detalhe a afirmação de Daniel 9:24-27, e simplesmente explicamos os termos a fim de realçar o seu significado. Vimos que existem três interpretações principais. Descartamos a primeira, porque ela não considera esses versículos como uma profecia, mas crê que são história escrita depois do evento. Não precisamos desperdiçar tempo com ela. Isso nos deixa com os dois ensinos principais e consideramos particularmente a interpretação que se tornou extremamente popular este presente século, tendo sido ensinada com renovado ímpeto desde cerca de 1830 pra cá.

Ora, segundo esse ensino, vocês se lembram, os eventos que são referidos no versículo 24 não ocorreram ainda, porém ocorrerão no futuro. Essa interpretação também ensina que há uma grande lacuna entre a sexagésima semana e a septuagésima semana, e diz que a septuagésima semana ainda não começou. A sexagésima nona semana está completa, mas toda a era da Igreja deve terminar antes que a septuagésima semana comece. Ela é assim chamada
teoria do intervalo.
A terceira ênfase desse ensino diz respeito à pessoa que é descrita no início do versículo 27:

“E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada...”
Os amigos que defendem esse ensino dizem que o “ele” é o príncipe descrito no versículo 26:
“E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá (não lhe ficará nada) – noutros termos, ele ficará sozinho – e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações”.
E quando será que “ele” introduzirá os eventos do versículo 27? Bem, como já vimos, diz-se que tudo isso pertence ao futuro e ocorrerá durante a septuagésima semana. Durante os primeiros três anos e meio da septuagésima semana, esse príncipe fará um pacto com o povo de Deus. Por esse tempo todos os judeus terão regressado à Palestina, tendo empreendido a reconstrução do seu templo e tendo reintroduzido seus sacrifícios de animais; e esse príncipe terá consumado um pacto com todo o povo de Deus. Subitamente, porém, na metade da semana ele voltará atrás em sua palavra. Quebrando seu próprio pacto, ele passará a persegui-los de uma forma terrível e continuará a agir assim durante os três anos e meio seguintes. Nesse ínterim, porém, o Senhor regressará e destruirá o príncipe, libertando Seu povo, e será introduzido o milênio. Essa é a essência desse ensino com respeito a essa seção do nono capítulo de Daniel.
Ao focalizarmos esse ponto de vista, desejo que consideremos também outro método possível de expor e explicar esses grandes versículos. O problema que de pronto nos confronta, obviamente, é a questão de “a lacuna”. As Escrituras não dizem realmente que haverá uma lacuna; tudo o que elas dizem é:

“E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido”.
“Mas”, dizem os expoentes da teoria do intervalo, “as Escrituras não dizem que não haverá nenhum intervalo.”
Ora, isso de forma alguma satisfaz.

“Bem”, dizem eles, “mas as Escrituras também afirmam que há certa divisão entre as semanas sexagésima nona e a septuagésima.”

Plenamente correto, porém as Escrituras também afirmam que existe certa divisão entre as sete e as sessenta e duas:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas”.
Por que Gabriel não disse: “sessenta e nove semanas”? Entretanto não disse. As sessenta e nove semanas são divididas exatamente do mesmo modo que a semana sexagésima nona é dividida da septuagésima semana. Sim, mas mesmo as pessoas cuja teoria estamos considerando não dizem que existe qualquer lacuna entre as sete e as sessenta e duas semanas. Concordam que as sessenta e duas semanas procedem diretamente das sete semanas, e dizem que as sete provavelmente se referem à reconstrução de Jerusalém e então as sessenta e duas, ao período do fim da reconstrução até a vinda do Messias, o Príncipe. Mas de repente somos informados que existe uma lacuna entre a sexagésima nona semana e a septuagésima que já se estendeu por quase dois mil anos e poderá estender-se ainda mais.
Solicito que vocês ponderem cuidadosa e seriamente a teoria do intervalo. Isso lhes parece ser uma forma justa de expor as Escrituras? Essa forma se lhes sobressai como algo que surge naturalmente da presente declaração diante de nós? Confesso que eu mesmo acho extremamente difícil aceitar tal ponto de vista em virtude de parecer-me que a relação entre as sessenta e duas semanas e as sete semanas é exatamente a mesma que a relação entre as sessenta e nove semanas e a septuagésima semana.

Portanto, deixem-me sugerir-lhes que existe outra forma de considerar essa grande afirmação que, parece-me, realmente nos transmite grande conforto e é uma prova da veracidade da profecia, visto que ela já se cumpriu. Tomem o versículo 24:

“Setenta semanas estão decretadas sobre teu povo, e sobre a tua santa cidade”.
Imediatamente vem a lume uma sugestão de que algo extremo e drástico está para acontecer a esse povo e à sua cidade, durante setenta semanas. O que está para acontecer? Primeiro, “extinguir a transgressão”, conduzi-la a um termo final. Então, “dar fim aos pecados”, tratar dos pecados, preparar uma forma de perdão. Em seguida, “para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia”. Finalmente, “para ungir o Santo dos santos”.

continua...

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