quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sobre o número 666 de Apocalipse.

Importante: O texto a seguir é de autoria de Gregory K. Beale, professor de Novo Testamento e coordenador do programa de mestrado em Exegese Bíblica no Wheaton College Graduate School.

"Além disso, em outros lugares, João sempre usa 'arithmós ('número') como linguagem figurada para uma multidão incontável (5.11; 7.4,9 [o verbo cognato]; 9.16 [duas ocorrências]; 20.. Em tais casos o número não pode ser calculado. É provável que 'o número 666' não seja exceção quanto ao uso figurado que João faz dos números. O número sete se refere à completude e é repetido ao longo do livro. Mas o 666 aparece apenas aqui. Isso sugere que o triplo seis se destina a estabelecer um contraste com o divino sete ao longo do livro e significa incompletude e imperfeição. Além disso, se o número dos santos, 144.000, no próximo verso tem a função figurativa de significar o número completo do povo de Deus (veja 14.1), então o contraste intencional com 666 no verso precedente se referiria à besta e ao seu povo como inerentemente incompletos [...]

Essa ideia do 'seis' também está presente no sexto selo, na sexta trombeta e na sexta taça, que descrevem o julgamento dos seguidores da besta. O sétimo em cada série representa o reino consumado de Cristo. Cada série está incompleta sem o sétimo [...] A tripla repetição do seis implica a intensificação da incompletude e da insuficiência que se encontram na besta mais do que em qualquer outro dentre a humanidade caída. Na Bíblia, o número três significa plenitude, como, por exemplo, na plenitude da Divindade, em Apocalipse 1.4-5, que é imitada pelo dragão, pela besta e pelo falso profeta, aqui no capítulo 13 (e em 16.13). Portanto, o seis repetido três vezes indica a plenitude da pecaminosa incompletude encontrada na besta. A besta simboliza imperfeição, enquanto parece alcançar a divina perfeição. Os três seis são uma paródia da divina trindade de três setes. Isso quer dizer que, embora a besta tente imitar Deus, Cristo e o profético Espírito da verdade (cf. 19.10), ela fracassa vergonhosamente. Ela não consegue completar sua tentativa de espelhar Deus e exaltar a si mesma acima de Deus. Algumas vezes o 'sete' é apropriadamente aplicado ao diabo ou à besta para enfatizar sua profunda natureza má, severa perseguição e o reino universal de opressão (por exemplo, 12.3; 13.1; 17.3,9-11). Seis são usados em vez de setes em 13.18 por causa da repetida ênfase nos versos 3-14 na besta como um Cristo falso ou um profeta falso". 

Fonte: G. K. Beale. The New International Greek Testament Commentary: The Book of Revelation. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1999. pp. 721-722.

Tradução: Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima, via Facebook.

Um comentário:

  1. Mac, nós atualmente usamos algarismos arábicos, onde seiscentos e sessenta e seis é 666. Mas naquela época eles usavam outros sistemas de numeração, será que esse simbolismo de "três seis" era tão lógico assim para eles?

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