sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Irã Nuclear" - John Hagee e os evangélicos sionistas.

Importante: O texto abaixo foi escrito por Nollie Malabuyo, do Doutrinas Unidas. 26 de outubro, 2007.
 

Aviso: Eu escrevi este post para incentivar os leitores a reavaliar idéias preconcebidas e impregnadas sobre Israel, a Igreja, e a Segunda Vinda. Seja um leitor paciente, pondere as Escrituras, e essas idéias serão abaladas!
"Queremos que reconheçam que o Irã é um perigo claro e presente para os Estados Unidos da América e Israel. E... que está na hora de nosso país considerar um ataque militar preventivo contra o Irã se eles não cederem à diplomacia." - John Hagee, Cristãos Unidos por Israel, 17 de julho de 2007, Washington, D.C. (Jornal Bill Moyers, 05 de outubro, 2007).
De acordo com uma pesquisa realizada em 2006 pelo Fórum Pew sobre Religião e Vida Pública, protestantes americanos apóiam fortemente Israel no conflito entre israelenses e palestinos. Isto ocorre porque 53% acreditam nos judeus quando eles dizem "esta terra é nossa, Deus deu esta terra para nós" (tema do filme "Exodus", de 1960, escrito por Pat Boone). E 47% acreditam que "o estado de Israel é um cumprimento da profecia bíblica sobre a segunda vinda de Jesus."

Esses evangélicos acreditam em um ponto de vista historicamente recente e teologicamente imperfeito das últimas coisas chamado dispensacionalismo. Esta é uma visão que nasceu das alucinações de uma menina escocesa em 1830 sobre o "arrebatamento secreto". John Darby, dos Irmãos de Plymouth, adotou e embelezou tais alucinações conforme aquilo que popularmente conhecemos hoje como pré-milenismo dispensacionalista, popularizado ainda mais pela Bíblia de Referência Scofield, pelo livro A Agonia do Grande Planeta Terra de Hal Lindsey, e pela série Deixados Para Trás de Tim LaHaye.

No entanto, nos primeiros 1.800 anos da história da igreja, sequer um único cristão instruído apareceu com essa visão do arrebatamento secreto. Também, por cerca de 1.500 anos (do 4º ao 19º séculos), o ponto de vista pré-milenista era quase, se não totalmente, inexistente nas doutrinas da igreja. A visão que era amplamente ensinada era esta: a Segunda Vinda é um evento único, quando toda a história será consumada - Cristo surge, todos os mortos (crentes e não crentes) são ressuscitados e julgados, e a eternidade nos novos céus e nova terra começa. Isto é o que é conhecido como amilenismo, que considera os mil anos de Apocalipse 20:1-6 como símbolo de um longo, mas completo período de tempo - os "últimos dias", ou "última hora", entre as duas vindas de Cristo (At 2:16-17; 1Co 10:11; Hb 1:2; 9:26; 1Pe 1:20; 1Jo 2:18).

O que o dispensacionalismo ensina? Todo o ensinamento dispensacionalista repousa sobre um entendimento excessivamente literal da profecia bíblica. O dispensacionalismo considera que as profecias não cumpridas que foram dadas a Israel no Antigo Testamento têm um cumprimento literal em um futuro milênio. Eis os dois maiores erros desta tortuosa compreensão literalista:

O primeiro erro o é "parêntese" cristão. Quando Cristo veio, o plano A de Deus foi que Ele
oferecesse seu reino aos judeus, mas estes rejeitaram e mataram-no. Isso foi totalmente inesperado pelos profetas (e por conseqüência, necessariamente por Deus também!). Então Deus implementa seu plano B para salvar Israel: Ele estabeleceu a igreja e ela, por sua vez, evangelizará os judeus.

O segundo erro é a eterna distinção entre Israel e a igreja. De acordo com o dispensacionalismo, nunca houve - e nunca haverá - um tempo em que Israel fez parte da igreja universal. A igreja é o povo celestial de Deus, enquanto a nação de Israel é o povo terreno de Deus - dois planos completamente diferentes.

Quem é o povo escolhido de Deus hoje?

"O mandato bíblico para apoiar Israel começou com Gênesis 12:3: 'E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.' Em segundo lugar, Davi disse no Salmo 122:6: 'Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.'" - Hagee, 17 de julho de 2007.

"A terra de Israel foi dada a Abraão, Isaac e Jacó, e a sua semente em uma eterna aliança... Esta terra pertence ao povo judeu hoje, amanhã e para sempre, porque ela é fruto da aliança deles pela palavra de Deus." - Hagee, 18 de setembro de 2005.
Com certeza, se fôssemos judeus nos tempos do Antigo Testamento, poderíamos entender esses textos como referindo-se apenas à nação de Israel. Este é o entendimento incompleto que o dispensacionalismo tem do Antigo Testamento - como se o Novo Testamento não existisse. Mas quando Cristo veio, os apóstolos, que eram todos descendentes de Abraão, entenderam o Antigo Testamento não literalmente, mas como tipo e sombra de Cristo e Seu sacrifício expiatório (Cl 2:16-17; Hb 8:5; 9:23-24; 10:1). Por que os apóstolos interpretaram o A.T. dessa forma? Porque Jesus mostrou-lhes assim! "E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras", e "...convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos" (Lc 24:27,44).

Usando o princípio de interpretação de Jesus, como então fizeram os escritores do N.T. com a leitura das profecias veterotestamentárias a respeito de Israel?

Primeiro, Cristo é o verdadeiro Israel de Deus.

Ao explicar a promessa de Deus a Abraão em Gênesis 22:17-18, o apóstolo Paulo diz que na descendência de Abraão todas as nações da terra serão abençoadas. E quem é a "descendência" de Abraão? Paulo diz em Gálatas 3:16, desde que o texto usa o singular, que "descendência" está se referindo a Cristo. Cristo é o Israel de Deus, descendência de Abraão.

Assim, Mateus interpreta toda a vida de Jesus, do nascimento à morte, como o cumprimento final da história de Israel como nação.


Antigo Testamento Mateus
Faraó tentou matar o bebê que estava para 
tornar-se mediador da antiga aliança.
Herodes tentou matar o bebê que estava
para tornar-se mediador da nova aliança.
Israel cruzou o mar, chamado de "batismo"
por Paulo em 1Co 10:1-2.
Jesus entrou no rio para ser batizado
(Mt 3:13)
A nuvem, o Espírito de Deus, pairava sobre os israelitas em sua jornada (Ex 40:38). O Espírito pairava sobre Jesus em seu 
batismo (Mt 3:16).
Israel foi tentado no deserto por 40 anos 
(Nm 32:13).
Jesus foi tentado no deserto por 40 dias 
(Mt 4:1).
Moisés leu a antiga aliança para Israel no 
Monte Sinai (Ex 19:2-3).
Jesus explicou a vida na nova aliança em 
uma montanha (Mt 5:1).
Isaías atribui o termo "Servo" a Israel, em 
quem Ele se compraz (Is 42:1; 44:1).
Mateus atribui o termo "Servo" de Isaías a Jesus (Mt 12:18; 3:17).
O "Servo" de Isaías "tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou 
sobre si" (Is 53:4).
Jesus "tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças" (Mt 8:17).

Segundo, a Igreja é o verdadeiro Israel de Deus.

Paulo mostra em suas epístolas que desde o início Deus já intentava em incluir na sua aliança não só os descendentes de Abraão pelo sangue, mas também os descendentes de Abraão pela . Aqueles que estão em Cristo, ou seja, os crentes de "todas as nações", são os verdadeiros filhos de Abraão (Gl 3:7-9,29; Rm 9:6-8). Não é somente quem tem o sinal físico - externo - da circuncisão, mas pertencem a Israel aqueles que têm a circuncisão interior do coração pelo Espírito de Cristo (Rm 2:28-29; Fl 3:3).

Portanto, uma vez que Jesus é o verdadeiro Israel de Deus, todos aqueles que estão unidos a Ele pela fé também são contados como o verdadeiro Israel de Deus (Gl 6:16).

Se as bênçãos de Deus são dadas apenas a Abraão e todas as pessoas que, como ele, têm fé em Cristo, o que dizer então daqueles que não possuem a mesma fé? Uma das formas pela qual Jesus esboça o dia do Juízo Final é o Filho do Homem retribuindo as bênçãos e maldições a todos com base em seu tratamento do povo de Deus. No último dia, ele dirá as ovelhas: "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino... [porque] quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes". Mas para as cabras Ele dirá: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno... [porque] quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim" (Mt 25:31-46). Por que isso é uma base para o julgamento? Porque o amor para com os irmãos é uma das marcas de um crente verdadeiro (1Jo 3:14).

O fruto da fé em um verdadeiro crente não é pressionar a Casa Branca para apoiar Israel em um bombardeio ao Irã, mas amar os irmãos - o Israel de Deus -, sejam eles judeus ou gentios. Assim, bênçãos e maldições são pronunciadas por Deus sobre as pessoas com base em como elas tratavam os crentes, não sobre como elas lidaram com a nação de Israel.

Terceiro, Canaã, a terra prometida, era apenas um tipo de Novo Céu e Nova Terra.

Deus não prometeu apenas descendência e muitas nações a Abraão; Ele também prometeu terra para ele e seus descendentes (Gn 17:8). E tudo que Deus prometeu aos israelitas em termos de bens imobiliários lhes foi dado, como Josué 21:43-45 diz:

"Desta maneira deu o SENHOR a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais... Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o SENHOR falou à casa de Israel; tudo se cumpriu."
O capítulo 11 de Hebreus ressalta que Abraão sabia que Canaã não era a Terra Prometida final, onde ele iria se estabelecer. Por quê? Porque "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb 11:9-10). Abraão sabia que a terra prometida de Deus se estendeu muito além do que ele podia ver. Os heróis da fé do Antigo Testamento "morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra" (Hb 11:13). Nenhuma promessa de bênção terrena para Israel necessita de cumprimento.

Como podem então os dispensacionalistas dizerem que a terra de Canaã pertence a Israel para sempre, mesmo quando Abraão, o primeiro israelita, não reconheceu a terra como sua morada permanente? Todos os heróis da fé "não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor" (Hb 11:13-16,39-40). Poderia "alguma coisa melhor" ser a terra de Canaã no milênio? Absolutamente não! "Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial" (Hb 11:16). Da mesma forma, todos nós que estamos em Cristo, ao longo dos tempos não ficamos animados a respeito de uma Jerusalém terrena, milenar, mas sim pelo eterno "novos céus e nova terra" (2Pe 3:13).

Quarto, o reino temporal e terreno de Davi era apenas um tipo de reino eterno e celestial de Cristo.

No seu julgamento, Jesus foi questionado por Pilatos se ele era o Rei dos judeus. Jesus respondeu, como sempre, em termos espirituais não compreendidos pelos incrédulos: "Meu reino não é deste mundo" (João 18:36). Por que, então, os dispensacionalistas insistem em ensinar que Jesus reinará de um trono terreno em Jerusalém - uma visão que o próprio Jesus negou?

Os apóstolos também interpretaram o reino temporal de Davi como tal - uma sombra do reino celestial de Cristo. Em seu sermão de Pentecostes, Pedro viu a promessa de Deus a Davi - que um de seus descendentes seria estabelecido em seu trono, e que a esse Filho faria sentar-se à destra de Deus em seu reino celestial - como cumprida pelo próprio Cristo (2Sm 7:16; At 2:30,34). Durante o concílio de Jerusalém, Tiago interpreta a profecia de Amós da restauração do reino de Davi como sendo cumprida por todos "os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado" (Am 9:11; At 15:15-18). O trono eterno de Davi não é o reino milenar de Israel, mas o celestial e universal Reino de Cristo formado por judeus e gentios.

Estavam Pedro e Tiago "espiritualizando" a profecia de Amós por não interpretá-la "literalmente"? De maneira alguma. Eles estavam olhando as profecias do A.T. como tipos e sombras da pessoa e obra de Cristo no N.T. Eles estavam interpretando as Escrituras com as Escrituras, e não com jornais, TV e conferências sobre profecia.

Resultados Bizarros.

Quando a Escritura é interpretada pela Escritura, quando o Antigo Testamento é interpretado pelo Novo, e quando textos obscuros são interpretados por textos claros, o resultado é uma única e coesa história bíblica da redenção do homem através de Cristo, revelada progressivamente por Deus, do Gênesis ao Apocalipse. Observe a simplicidade do amilenismo:


Próximo evento profético Segunda vinda de Cristo depois de um breve períodode apostasia e revelação do Anticristo; ressurreição de crentes e 
não crentes; Dia do Julgamento; novos céus e nova terra

Em contraste, os princípios de interpretação literal usados pelos dispensacionalistas resultam em ensinamentos inovadores e bizarros que exigem cronogramas e gráficos complexos:

Próximo evento profético Arrebatamento secreto e ressurreição dos crentes durante a segunda vinda de Cristo
Eventos durante o período de sete anos de tribulação 144.000 judeus dando ao mundo uma segunda chance; Moisés e Elias testemunham em Jerusalém; revelação do Anticristo; Terceira Guerra Mundial nas planícies de Megido
Eventos durante o milênio Terceira vinda de Cristo; ressurreição dos santos do Antigo 
Testamento; reino milenar de Cristo em Jerusalém; reconstrução do templo de Jerusalém com sacrifícios de animais
Eventos depois do milênio Quarta Guerra Mundial (Gogue e Magogue, a Mãe de todas as 
Guerras); ressurreição dos não crentes; novos céus e nova terra

No momento vamos nos concentrar apenas no ensino sobre a reconstrução do Templo com sacrifícios de animais.

O Templo de Jerusalém será reconstruído?

Interpretando literalmente a visão de Ezequiel do templo nos capítulos 40-48, dispensacionalistas acreditam que durante o milênio o templo de Jerusalém será reconstruído, e o sumo sacerdócio será restaurado juntamente com o os sacrifícios de animais (capítulos 44-46). O Senhor habitará com Israel para sempre neste templo reconstruído (Ez 43:7), de onde um rio fluirá (Ez 47:1-12). Como, então, os escritores do Novo Testamento interpretam a visão de Ezequiel de um novo templo?

Primeiro, Cristo é o Verdadeiro Templo de Deus.

O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos que ele era o templo de Deus, mas somente depois de sua ressurreição é que eles "creram na Escritura", provavelmente referindo-se a profecia de Ezequiel sobre a restauração do templo de Jerusalém (Jo 2:18-22). Os discípulos devem ter se sentido meio confusos quando perceberam que Jesus não estava falando do templo físico quando ele disse aos judeus: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei". Assim devem se sentir os dispensacionalistas quando ignoram as interpretações das profecias do Antigo Testamento por Jesus e seus apóstolos, e mesmo assim interpretam todas essas profecias literalmente.

João ensinou claramente que Cristo é o verdadeiro templo. Jesus "habitou" [skenoo, "tabernaculou"] entre nós" (Jo 1:14). Ele interpreta a profecia de Ezequiel de que o tabernáculo de Deus "estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo" (Ez 37:27) como sendo cumprida em Cristo no futuro templo celestial (Ap 21:22; 21:3). Assim, o rio da vida de Ezequiel é uma antecipação de Jesus como a "água viva" (Jo 4:14; Ap 7:17) e o "rido da água da vida" na cidade eterna (Ap 22:1).

Segundo, a Igreja é o Verdadeiro Templo de Deus.

O templo de Ezequiel não é cumprido somente em Cristo, mas também naqueles que estão unidos com Cristo - sua Igreja. Em várias ocasiões, Paulo descreve a igreja como um templo (1Co 3:16-17; 2Co 6:16-17; Ef 2:19-22).

Miquéias diz que "nos últimos dias... irão muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR... porque de Sião sairá a lei" (Mq 4:1-2). Miquéias estava falando sobre a Jerusalém atual? Absolutamente não! O escritor aos Hebreus diz que já os crentes chegaram "ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial" (Hb 12:22). A Jerusalém terrena, de hoje ou durante o milênio, nunca será como a cidade celestial dos novos céus!

Desse modo, o templo de Ezequiel tem 12 portas com os nomes das 12 tribos de Israel (Ez 48:31-34). Mas João expandiu o templo terreno de Ezequiel para uma cidade celestial que não tem somente 12 portas, mas também 12 fundações com os nomes dos 12 apóstolos representando todas as nações (Ap 21:12-14). Assim, João está retratando o novo templo como a cidade celestial, a noiva de Cristo (Ap 21:2), onde os crentes do Antigo e Novo Testamento - judeus e gentios - habitam com Deus para sempre.

A Insanidade do Sacrifício Milenar da Novilha Vermelha.

Muitos evangélicos acreditam que haverá um templo reconstruído em Jerusalém, com um Sumo Sacerdote e sacrifícios de animais durante o milênio. No intuito de acelerar a vinda de Cristo, alguns desses evangélicos estão até mesmo ajudando judeus ortodoxos na tentativa de conceber novilhas vermelhas, porque acreditam que o nascimento de um animal perfeito em Israel é o sinal para o início do projeto de reconstrução do templo.

Isto não é simplesmente insano, mas herético. O escritor da carta aos Hebreus advertiu os cristãos judeus no primeiro século contra as mesmas idéias que os evangélicos de hoje anseiam em ver, a saber: olhar para trás para os tipos e sombras do Antigo Testamento, e não para Cristo como o cumprimento de toda a Escritura. O sacrifício de Cristo foi "uma vez por todas" - completo, perfeito e suficiente como uma expiação substitutiva para todos os pecados de todo o povo de Deus.

Por que voltar aos sacrifícios do Antigo Testamento? Os dispensacionalistas diriam que os sacrifícios de animais no templo milenar são apenas em memória da obra expiatória de Cristo. Mas de que maneira Jesus disse a seus discípulos para lembrar dele? Através de sacrifícios de animais? Deus me livre! É pela participação da Ceia do Senhor, assim como ele ordenou: "Fazei isto em memória de mim". Até quando devem os crentes partilhar do pão e do vinho? "Até que ele venha", diz Paulo (1Co 11:24-26). Por que então os dispensacionalistas ensinam que precisamos oferecer o sangue de bois e cabras, e as cinzas de uma novilha vermelha depois que Jesus retornar e estiver reinando como Rei durante o milênio? Em nenhum lugar na Bíblia encontramos crentes, no tempo após a Segunda Vinda, obedecendo a ordem de sacrificar animais para lembrar a morte de Cristo. É dessa forma porque os sacrifícios de animais são obsoletos em comparação com o sacrifício de Cristo (Hb 8:13; 9:11-14). Porém, haverá um "memorial" de serviço consumado, uma "festa de aliança matrimonial" do Cordeiro, que será celebrada no novo céu (Ap 19:6-8).

O apóstolo Paulo escreveu veementemente contra "judaizantes" nas igrejas da Galácia. Estes queriam voltar a ser escravos sob as leis cerimoniais mosaicas, como a circuncisão e as festas judaicas: "... como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres [obras de justiça], aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos" (Gl 4:9-10).

Por que chamar o ensino dispensacionalista  de insano e herético? Esta é exatamente a forma como Paulo chama aqueles Gálatas que queriam voltar para as leis cerimoniais do Antigo Testamento: "negligentes" (anoetos, anathema, Gl 1:8,9), e "heresias", "seitas", ou "dissenções" (hairesis, Gl 5:20).

Assim, ao ensinar que o sacrifício de animais será oferecido no templo milenar, dispensacionalistas estão violando duas das mais básicas doutrinas cristãs: (1) o sacrifício de animais do Antigo Testamento são apenas tipos e sombras do sacrifício de Cristo; e (2) o sacrifício de Cristo é perfeito e suficiente para lavar todos os pecados de todo o povo de Deus.

Por fim, os cristãos devem enviar seu dinheiro para o Programa Novilha Vermelha e/ou uma petição ao presidente dos EUA quanto ao "Irã Nuclear" para apressar o arrebatamento secreto? Sim, se interpretarem as Escrituras com as especulações selvagens de Hagee. Não, de forma alguma, se interpretarem as Escrituras com as Escrituras.

Traduzido por Mac. 


2 comentários:

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